JESABEL ACS COM ORGULHO

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

COMBATE AO FUMO Inca alerta para malefícios do consumo do narguilé

Uma hora de uso do produto equivale a fumar 100 cigarros. Cachimbo de origem oriental tem quase 300 mil consumidores no país
No Dia Nacional de Combate ao Fumo, embora o Brasil tenha motivos para celebrar a redução da prevalência de fumantes nos últimos anos, o uso do narguilé vem chamando a atenção dos profissionais da saúde. De acordo com a Pesquisa Especial sobre Tabagismo (PETab), realizada em 2008 pelo IBGE em parceria com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), já são quase 300 mil consumidores do cachimbo oriental.
E entre estudantes universitários da área de saúde - em pesquisa feita nos municípios de São Paulo, Brasília e Florianópolis - do total das pessoas que declararam consumir com frequência outros produtos de tabaco (além do cigarro industrializado), mais de 55%, declararam fazer uso do narguilé.
Em São Paulo, esse percentual chegou a aproximadamente 80%, de acordo com a pesquisa Perfil de Tabagismo em Estudantes Universitários do Brasil (PETuni) coordenada pelo Inca.
Em São Paulo e Brasília, a apuração foi feita no ano passado; e em Florianópolis, em 2007.
“O fato de esses universitários pertencerem à área da saúde preocupa ainda mais, justamente por eles estudarem os malefícios do tabaco para o organismo. O narguilé engana, dando a sensação de que as impurezas do tabaco são filtradas pela água, o que é um equívoco”, diz o diretor-geral do Inca, Luiz Antonio Santini.
Segundo o pneumologista da Divisão de Controle do Tabagismo do instituto, Ricardo Henrique Meirelles, uma sessão de narguilé expõe o fumante à inalação de fumaça por um período muito maior do que quando ele fuma um cigarro. O volume de tragadas do narguilé pode chegar a 1.000 ml em uma sessão de uma hora. Já o volume de tragadas do cigarro alcança 30 a 50 ml entre cinco a sete minutos. “Uma simples sessão de narguilé consiste em uma centena de ciclos de tragada. Podemos afirmar que em uma sessão, o fumante inala uma quantidade de fumaça equivalente ao consumo de 100 cigarros ou mais”, alerta o especialista.
COMPOSIÇÃO - O narguilé é um grande cachimbo composto de um fornilho (onde o fumo é queimado), um recipiente com água perfumada (que o fumo atravessa antes de chegar à boca) e um tubo, por onde a fumaça é aspirada pelas várias pessoas que compartilham uma sessão. “Quando se aspira pelo tubo, o ar aquecido pelo carvão passa pelo tabaco, produzindo a fumaça que desce, passa pela água, onde é resfriada, e segue pelo tubo até ser aspirada pelo fumante e expirada em seguida”, explica o médico.
Como qualquer outro produto derivado do tabaco, o narguilé contém nicotina e as mesmas 4.700 substâncias tóxicas do cigarro convencional. Porém, análises comprovam que sua fumaça contém quantidades superiores de nicotina, monóxido de carbono, metais pesados e substâncias cancerígenas do que na fumaça do cigarro.
Além do tabaco é colocado carvão em brasa. A queima do carvão produz substâncias cancerígenas, entre elas, o monóxido de carbono, potencializando os riscos para seus consumidores.
“Por desconhecimento dos usuários, a presença da água faz com que se aspire ainda mais a fumaça, dando a impressão de que o organismo fica mais tolerante, o que é errado. Desse modo, a pessoa vai inalando uma quantidade muito maior de toxinas, sem sentir tanto incômodo”, afirma Meirelles.
O narguilé contém aditivos aromáticos, em geral, muito agradáveis, que acabam levando jovens a participar de sessões de fumo desse produto, levando-os a se tornarem dependentes de nicotina, e futuros consumidores de cigarros.
“Os malefícios à saúde causados a quem frequenta ambientes em que o narguilé é consumido, são bem parecidos com os que atingem aos fumantes passivos, que têm mais chances de desenvolver doenças tabaco-relacionadas. A concentração dessas substâncias no organismo tem efeito cumulativo, ou seja, quanto maior o tempo de exposição, maiores serão os danos”, completa.
VIGILÂNCIA - De acordo com as informações da pesquisa Vigilância de Tabagismo em Escolares (Vigescola), do Ministério da Saúde (MS), a prevalência do consumo do narguilé, em São Paulo, se destaca: 93,3% dos entrevistados que consomem outros produtos do tabaco fumado, além do cigarro industrializado, declararam usar o narguilé com maior frequência.
Em Campo Grande (MS), 87,3% dos estudantes entrevistados disseram preferir o cachimbo oriental. Já em Vitória, o percentual ficou em 66,6%.
A coordenadora da Divisão de Epidemiologia do Inca, Liz Almeida, chama a atenção para o fato de o narguilé ser um cachimbo que pode ser usado por várias pessoas simultaneamente, o que reforça o aspecto da socialização, muito importante para os jovens. “O cachimbo, por ser um veículo apenas, não contém nenhuma advertência sobre os riscos à saúde, como é o caso dos produtos industrializados. O que torna esse tipo de prática muito atrativa para os jovens, porque pode ser usado simultaneamente por até seis pessoas, reforçando a socialização”.


Assessoria de Imprensa – Inca/MS
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ATENÇÃO À SAÚDE Pará contará com R$ 12,7 milhões para novas cirurgias de catarata

Ação prevê ampliar o acesso às cirurgias e zerar a fila de espera no estado, ampliando o acesso e a assistência
Para reduzir o tempo de espera nas filas do Sistema Único de Saúde (SUS) e ampliar o número de cirurgias de catarata, o Estado do Pará contará com investimento no valor de R$ 12,7 milhões, 45% a mais que em 2011, quando foram liberados R$ 8,7 milhões. A estratégia faz parte da Política Nacional de acesso aos Procedimentos Cirúrgicos Eletivos. O recurso liberado pelo Ministério da Saúde busca ampliar o acesso aos procedimentos de cirurgia de catarata.
Estima-se que em 2012, sejam realizadas 18.258 cirurgias no Pará. Até junho já foram feitas 9.129 intervenções através do SUS. Para reforçar o acesso ao procedimento, do total de recursos, R$ 5,6 milhões são destinados aos municípios com 10% ou mais de sua população em situação de extrema pobreza.
Os pacientes que são atendidos pelo SUS são submetidos a triagem, avaliação de exames e em seguida ao procedimento cirúrgico. Se houver algum problema durante e/ou o pós-cirúrgico, o paciente será encaminhado a um serviço de referência do estado.
CONTRAPARTIDA - Além desse investimento, o Parátambém receberá mais R$ 11,2 milhões para a realização de cirurgias eletivas, sendo R$ 5,6 milhões especificamente para o tratamento de varizes, cirurgias ortopédicas, atendimento nas áreas de urologia, oftalmologia e otorrinolaringologia, incluindo retirada de amígdalas. Outros R$ 5,6 milhões atenderão as demandas apresentadas pelos gestores estaduais, conforme a necessidade do estado.
INVESTIMENTOS O Ministério da Saúde liberou R$ 650 milhões aos estados e municípios brasileiros para a realização das cirurgias eletivas. O investimento representa um crescimento de 86% se comparado com o valor destinado em 2011, que foi de R$ 350 milhões em todo o país. Do total de recursos, R$ 230 milhões são destinados para a realização de cirurgias de catarata. Estima-se que em 2012, sejam realizadas 432 mil cirurgias. Até junho, 216 mil já foram feitas no âmbito SUS. Os recursos fazem parte de uma nova estratégia do Ministério para garantir o acesso da população aos procedimentos disponibilizados no SUS.
Os estados brasileiros e o Distrito Federal receberão os recursos, em parcela única, para o período de um ano, e serão aplicados nas especialidades de maior demanda e naquelas escolhidas pelos gestores locais, conforme a realidade de sua região. Além disso, do total, R$ 50 milhões são destinados aos municípios com 10% ou mais de sua população em situação de extrema pobreza.

Por Regina Xeyla, da Agência Saúde – Ascom/MS
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LUTA CONTRA A AIDS

      
Novo consenso de tratamento visa a reduzir a progressão da doença e as infecções associadas e a diminuir a transmissão do HIV.

O Ministério da Saúde vai ampliar a indicação de uso do tratamento com antirretroviral, que poderá ser administrado de maneira precoce. A medida, que integra novo Consenso Terapêutico da doença, tem como objetivos reduzir a ocorrências de infecções associadas à aids e minimizar a transmissão do vírus. A expectativa é beneficiar cerca de 35 mil pessoas que não estavam no grupo indicado para uso dos medicamentos.

“O Brasil será o único país de grande dimensão que ofertará este tipo de tratamento, que reduz o risco de infecções oportunistas como a tuberculose, que é a infecção associada que causa maior mortalidade associada ao HIV no País”, explica o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Segundo ele, a decisão foi tomada com base em “estudos recentes que demonstraram aumento na qualidade de vida e diminuição de eventos adversos imediatos e de longo prazo”.

Também como medida de prevenção, as novas recomendações do Ministério da Saúde incluem a possibilidade de antecipação do início do tratamento para evitar a transmissão entre parceiros sexuais fixos sorodiscordantes – relação em que um é soropositivo e o outro, não. A iniciativa complementa as estratégias de prevenção já existentes, com destaque para estímulo ao uso de preservativos.

O investimento federal estimado para inclusão dos dois novos grupos de pacientes – tratamento precoce e casais sorodiscordantes - é de aproximadamente R$ 120 milhões ao ano.

MUDANÇA - A principal mudança das diretrizes é a expansão do tratamento antirretroviral para todas as pessoas com contagem de linfócitos CD4 - células de defesa do organismo que indicam o funcionamento do sistema imunológico - menor ou igual que 500 células/mm3. Até a edição da mudança, o parâmetro para início do tratamento era menor ou igual que 350 células/mm3.

Pelo consenso, também há indicação de terapia antirretroviral para pacientes, cuja contagem de linfócitos está acima de 500 células/mm3 para casos específicos como coinfecção com hepatite B, doença cardiovascular ou renal atribuída ao HIV e tumores.

“As diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Saúde servem de referência aos profissionais de saúde, que devem discutir com os pacientes diagnosticados a possibilidade de início precoce do tratamento”, esclarece o Secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa.

FIQUE SABENDO – Outra ação para reforçar o enfrentamento à aids é a ampliação da testagem rápida, por meio da ação Fique Sabendo, que passará a contar com serviços móveis. O Ministério da Saúde vai autorizar que estados e municípios utilizem parte dos recursos repassados para o programa de combate à aids na compra de trailers, que serão usados para testagem, reforçando a rede de 345 Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) que ofertam o serviço. “Estamos diante de um desafio de sensibilizar as gerações mais jovens a desenvolverem uma atitude para prevenção da aids”, avalia Padilha.

Com a mesma confiabilidade do tradicional, o teste rápido exige apenas uma gota de sangue e fica pronto em cerca de 30 minutos. O exame é 100% nacional desde 2008, quando passou a ser produzido pela Fiocruz e pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). A entrega do resultado é sigilosa e, se o resultado final der positivo, a pessoa em atendimento é encaminhada para tratamento nos serviços de referência.

Desde a implantação do Fique Sabendo, em 2005, houve alta de 340% no número de testes ofertados - de 528 mil para 2,3 milhões. Para 2012, a meta é chegar à marca de 3 milhões de exames. Esta expansão contribuiu para que cerca de um terço dos casos de HIV e aids sejam descobertos precocemente no Brasil.

Atendimento à Imprensa
Assessoria de Comunicação Social do Ministério da Saúde
Tel: (61) 3315-3580/2351/2745

Maioria dos servidores aceitou proposta do governo, diz ministério

Ministério do Planejamento divulgou balanço sobre greve no serviço público.
Terminou nesta terça (28) prazo para que sindicatos assinassem acordo.

O secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, afirmou nesta terça-feira (28) que "mais de 90%" dos servidores do Executivo assinarão acordo com o governo federal para encerrar a greve no serviço público federal.
Terminou nesta terça o prazo dado para que os sindicatos decidissem sobre a proposta de reajuste oferecida pelo governo, de 15,8% "fatiado" em três vezes até 2015.
"Algumas categorias não assinarão, mas a imensa maioria sinalizou para a gente que virá até hoje no fim do dia", afirmou o secretário.
Ele não especificou cada uma das categorias que chegaram a acordo com o governo. Entre os que assinaram, Mendonça mencionou servidores de universidades federais, professores do ensino superior, funcionários da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e servidores do IBGE.
Segundo ele, há uma reunião marcada ainda nesta terça com os representantes das agências reguladoras, uma das categorias que ainda não havia se manifestado sobre a proposta.
O secretário afirmou que o governo negociou com 35 categorias, das quais cerca de 30 aceitaram o reajuste proposto. Destas, 18 são representadas pela (Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal), que decidiu retornar ao trabalho na segunda-feira (3).
Sobre a reposição de horas paradas, o secretário disse que “sem o término da greve não há discussão”. Segundo ele, o plano de reposição das horas trabalhadas vai ser discutido com os órgãos onde houve greve. “A CGU (Controladoria Geral da União) vai acompanhar esse plano de reposição se houver acordo.”
Entre as categorias que rejeitaram a proposta do governo está a dos policiais federais, representada pela Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef). "O governo conhece nossas reivindicações, sabe que não estamos lutando por índice de recomposição de perdas salariais, mas sim para sermos reconhecidos como carreira típica de estado de nível superior", diz o presidente da Fenapef, Marcos Wink.
Segundo o ministério, as negociações realizadas depois desta terça poderão continuar, mas um eventual acordo só será incluído no Orçamento de 2014. "[Com] quem decidiu não assinar, voltamos a discutir no ano que vem, com impactos em 2014", disse o secretário.
VEJA A SEGUIR AS POSIÇÕES DE ALGUMAS DAS PRINCIPAIS CATEGORIAS
1) Aceitaram a proposta do governo federal:
Condsef (Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal)
Servidores federais de 18 categorias ligadas à confederação devem retornar ao trabalho na segunda-feira (3). Leia mais
Sindicato do Trabalhadores da Fundação Oswaldo Cruz (Asfoc-SN)
O sindicato pleiteava um aumento de 22,08%, mas aceitou a oferta do governo de reajuste de 15,8%, a ser pago em três vezes até 2015. Leia mais
Sindicato Nacional dos Servidores do Ministério das Relações Exteriores (Sinditamaraty)
Durante a paralisação, o principal pedido da categoria era a transformação das gratificações que assistentes e oficiais de chancelaria recebem ao subsídio. Leia mais
Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra)
Servidores de universidades federais encerraram a greve no dia 24. Também foi acordado um plano de capacitação contínuo para a categoria. Leia mais
Federação de Sindicatos de Professores de Instituições de Ensino Superior (Proifes)
A entidade representativa dos professores assinou acordo na sexta (24). Leia mais
Associação do Servidores do Ministério do Meio Ambiente (Assemma)
Segundo o Ministério do Planejamento, o acordo seria assinado nesta terça
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)
Segundo o Ministério do Planejamento, o acordo seria assinado nesta terça. Leia mais
Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro)
Segundo o Ministério do Planejamento, a categoria aceitou a proposta do governo
Associação dos Funcionários do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (Afinpi)
Segundo o Ministério do Planejamento, a categoria aceitou a proposta do governo
Instituto dos Funcionários do Instituto Nacional do Câncer
 (Afinca)

Segundo o sindicato, a categoria aceitou a proposta do governo
Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF)
Segundo o Ministério do Planejamento, o acordo seria assinado nesta terça

2) Rejeitaram a proposta do governo ou não apresentaram decisão:

Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef)
Agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal decidiram manter a greve nacional, o que deve atrasar ainda mais serviços como a emissão de passaportes. Leia mais
Associação Nacional dos Defensores Públicos Federais (Anadef)
Entidades que representam advogados e defensores públicos federais divulgaram carta aberta. Leia mais
Sindicato Nacional dos Servidores do Plano Especial de Cargos da Polícia Federal (Sinpec-DF)
A categoria sugere que o reajuste seja convertido em investimentos em equipamentos e infraestrutura para o órgão. Leia mais
Departamento Nacional de Infraestutura Terrestre (Dnit)
Os servidores ligados à Condsef rejeitaram a proposta. Leia mais
Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra)
Os servidores ligados à Condsef rejeitaram a proposta. Leia mais


 

Combate ao tabagismo no estado é tema do Bom Dia Pará desta quarta Belém recebe seminário nacional sobre enfermagem. Quadro questão de direito explica tudo sobre as heranças.

O Bom Dia Pará desta quarta-feira (29) fala sobre a programação no Ver-o-peso que lembra o Dia Nacional de Combate ao Fumo. A programação orienta a população sobre os riscos à saúde e ao meio ambiente devido ao uso de cigarros e informa sobre onde procurar ajuda para parar de fumar. Sobre o tema, o BDP entrevista a pneumologista, Fátima Amine.
No estúdio, o programa recebe Elizabeth Teixeira, diretora de educação da Associação Brasileira de Enfermagem (Aben). Ela explica tudo sobre o Seminário nacional de Diretrizes para educação de enfermagem que começa nesta quinta-feira (30).
No quadro "Questão de Direito", o tema é heranças e a advogada especialista em direito da família e sucessão, Magda Abou El Hons, tira dúvidas dos telespectadores paraenses.
O Bom Dia Pará começa as 6h30 e você pode participar pelo telefone 3213.1108, pelo e-mail bdp@tvliberal.com.br e pelas redes sociais no bomdiapara@.
Mais de 17% dos paraenses são fumantes, diz órgão de saúde estadual. (Foto: Divulgação / Agência Pará)Secretaria de saúde oferece a quem deseja parar de fumar (Foto: Divulgação / Agência Pará)

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Rosane Bertotti: “Democratização da comunicação é um passo inadiável para que todos tenham voz

FNDC lança nesta segunda-feira a campanha “Para expressar a liberdade, uma nova lei para um novo tempo”

Escrito por: Leonardo Severo

Rosane Bertotti, secretária nacional de Comunicação da CUT
Rosane Bertotti, secretária nacional de Comunicação da CUT
Na próxima segunda-feira (27), o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) lança em inúmeros estados do país a campanha “Para expressar a liberdade, uma nova lei para um novo tempo”. Em São Paulo, o evento inicia às 19 horas, no Sindicato dos Jornalistas. Em entrevista ao Portal do Mundo do Trabalho, a secretária nacional de Comunicação da CUT e coordenadora geral do FNDC, Rosane Bertotti, fala sobre a importância da mobilização “para garantir a diversidade e a pluralidade de vozes, rompendo com o monopólio que asfixia a comunicação”.
Vivemos um momento político extremamente complexo, onde os meios de comunicação assumem abertamente posições políticas reacionárias, manipulando informações e fazendo pressão e proselitismo por uma volta ao passado. De que forma a campanha do FNDC busca romper com este monopólio da palavra detido pelos barões da mídia?
O lema da nossa campanha é “Para expressar a liberdade, uma nova lei para um novo tempo”. Estamos falando da liberdade de todos e todas, do direito que a sociedade tem de ser informada de forma veraz, sem manipulações, distorções e omissões. Infelizmente, o Código Brasileiro de Telecomunicações, que completa 50 anos na próxima segunda-feira, 27 de agosto, foi feito sob medida para satisfazer os interesses de uma meia dúzia de senhores que fizeram das concessões públicas um negócio privado, altamente lucrativo, onde o que vale é o interesse do “dono” e de seus anunciantes. Mas esta lei, que já era ruim, piorou muito. Assim, o tempo foi passando e a regulamentação do funcionamento das rádios e televisões no país ficou completamente anacrônica. Na verdade, são cinco décadas de absurda concentração, de negação da pluralidade e da diversidade. Felizmente, com a nossa luta, com a participação da classe trabalhadora, do povo brasileiro, nosso país mudou e não cabe mais na camisa de força representada por essa legislação completamente anti-democrática.
A extrema concentração existente possibilita que meia dúzia de famílias que controlam os meios imponha padrões de comportamento e valores ao conjunto da sociedade, numa aberta negação dos próprios princípios democráticos. Qual a sua avaliação?.
Como dissemos, esta situação foi permitida e mantida pela existência de uma legislação arcaica, bem ao gosto do conservadorismo que perpetuou durante estas cinco décadas o seu poder, e impôs seus interesses, sobre o conjunto da sociedade, negando a liberdade de expressão e o direito à comunicação. É por esta razão que várias entidades dos movimentos sociais se somaram com o FNDC para levar adiante essa campanha em favor de uma nova legislação. Como dissemos, uma nova lei para este novo tempo que vivemos, de convergência tecnológica, que nos abre inúmeras possibilidades, desde que façamos com que o interesse público prevaleça. Nossa luta é pela universalização do acesso à internet, por banda larga para todos, com investimentos em ciência e tecnologia nacional para que o país não fique amarrado à lógica dos pacotes das grandes empresas transnacionais. Nossa lógica é outra, é de romper com toda e qualquer mordaça, com toda e qualquer asfixia. É um compromisso que temos com a inclusão, com a pluralidade, com o respeito à diversidade, com o interesse público, com o Brasil.
O FNDC tem afirmado que um novo regramento não só é necessário, como urgente. Quais são os principais pontos a serem incorporados nesta nova legislação para o setor, o chamado “marco regulatório”?

Muito diferente do que alguns setores da mídia vêm repetindo à exaustão, inclusive realizando no Brasil um encontro da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) para tergiversar sobre o tema, numa tentativa de confundir a opinião pública, defendemos uma regulamentação democrática. Os eixos podem ser sintetizados, como disse o ex-ministro das Comunicações Franklin Martins numa palavra de ordem: nada além da Constituição. O fato é que artigos da Constituição Cidadã, de 1988, nunca foram regulamentados porque o advento do neoliberalismo no início dos anos 90 criou inúmeros obstáculos para qualquer avanço na área social, enquanto propagandeava as privatizações, as desnacionalizações, o individualismo. Então, quando falamos nada além da Constituição, queremos dizer que é preciso regulamentar os artigos como o que proíbe a formação de monopólios e oligopólios, como o que garante o respeito à diversidade regional e à produção independente, que impede a concessão a políticos. Além disso, a Conferência Nacional de Comunicação, realizada no final do governo Lula, apontou para a formação do Conselho Nacional de Comunicação. Ou seja, não estamos reinventando a roda, apenas queremos regrar o setor com mecanismos democráticos para garantir que o direito das pessoas a uma informação veraz esteja acima do cifrão. Nosso compromisso é com a democracia, é garantir que todos tenham voz e vez. É para isso que vamos à luta! Viva a liberdade de expressão!
O debate será transmitido ao vivo pelo site da CUT: www.cut.org.br
Acesse o site da Campanha: http://www.paraexpressaraliberdade.org.br
Assista ao vídeo da peleja do Marco regulatório das comunicações com a Conceição pública: http://bit.ly/Phpp0Z

Paulo Paim cobra indicação de relator para projeto de sua autoria que regulamenta o direito de greve


Da Redação
Em pronunciamento nesta segunda-feira (27), o senador Paulo Paim (PT-RS) cobrou do presidente da Comissão de Constituição Justiça e Cidadania (CCJ) a indicação de relator para dois projetos de sua autoria que lá tramitam e têm objetivo de regulamentar o direito de greve nos setores público e privado. A CCJ é presidida pelo senador Eunício Oliveira (PMDB-CE).
O PLS 83/2007 define os serviços ou atividades essenciais, para os efeitos do direito de greve, previstos no parágrafo 1º do artigo 9º da Constituição, segundo o qual “a lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade”.
A proposta tramita em conjunto com o PLS 84/2007, que por sua vez define, para os mesmos efeitos, os serviços ou atividades essenciais previstos no inciso VII do artigo 37 da Carta, pelo qual “o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica”.
Como a ementa do PLS 84/2007 é similar à do PLS 710/2011, do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) – que também está na CCJ e foi redistribuído ao senador Pedro Taques (PDT-MT) para emitir relatório – Paim disse considerar que essas duas propostas podem ser apensadas e submetidas ao exame da relatora na Comissão de Assuntos Sociais (CAS), senadora Ana Amélia (PP-RS), que já fez algumas modificações nas propostas apresentadas por Paim.
- Meu projeto garante serviço de urgência, escala de serviço, atividades policiais, segurança pública, tráfego aéreo e asseguramos plantões para emergência. Esse é o eixo do nosso projeto – afirmou.
Aposentados
Paim disse também que pretende apresentar ao projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2013 uma emenda para assegurar reajustes reais para aposentados e pensionistas.
Emenda anterior de Paim nesse sentido, apresentada à Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) de 2013, foi vetada na semana passada pela presidente Dilma Rousseff por não se coadunar com o objetivo da matéria, de acordo com a justificativa do veto presidencial.
O projeto da lei orçamentária tem que ser encaminhado pelo Executivo ao Congresso Nacional até 31 de agosto. A LDO de 2013, que dá origem a essa proposta orçamentária, foi aprovada pelos parlamentares em julho último.
- Aposentados e pensionistas não podem fazer greve, e quem se mantém em movimentos paredistas vêm obtendo reajuste e saída negociada para seus pleitos – observou Paim.
Dessa forma, afirmou Paim, resta aos aposentados recorrer à “pressão legítima” sobre deputados e senadores para que decidam a favor de suas reivindicações, entre elas o fim do fator previdenciário, que ainda precisa ser votado na Câmara.
Agência Senado
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Projeto elimina carência previdenciária em caso de doença na gravidez


Arquivo/ Leonardo Prado
Teresa Surita
Teresa Surita explica que muitas futuras mães e seus futuros filhos ficam sem cobertura previdenciária.
 
 
Tramita na Câmara o Projeto de Lei 3812/12, da deputada Teresa Surita (PMDB-RR), que dispensa de carência a concessão de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez em caso de doenças decorrentes da gravidez.
A proposta altera a Lei de Benefícios da Previdência Social (8.213/91), que hoje dispensa de carência a concessão desses benefícios nos casos de acidente e de doença profissional ou do trabalho e do empregado já segurado que for acometido de doença que mereça tratamento específico, como câncer ou hanseníase.
Nos outros casos, a carência é de 12 contribuições mensais para o Regime Geral de Previdência Social. O auxílio-doença especificamente é devido ao empregado segurado que, tendo cumprido o período de carência, fica incapacitado para o trabalho por mais de 15 dias seguidos.
Teresa Surita observa que, atualmente, uma trabalhadora que engravida no primeiro ano de contribuição à Previdência não tem direito ao auxílio-doença ou à aposentadoria por invalidez, por se encontrar em período de carência. “Em um período tão delicado de suas vidas, a futura mãe e seu futuro filho ficam sem cobertura previdenciária e desprotegidos nos casos de doença e incapacidade laboral da genitora”, afirma a deputada.
Tramitação
O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado pelas comissões de Seguridade Social e Família; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Íntegra da proposta:

Reportagem - Noéli Nobre
Edição - Juliano Pires

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Seminário debate ações de prevenção ao escalpelamento em Belém

 

Este é o terceiro Seminário Estadual de Prevenção aos Acidentes de Motor.
Objetivo é fortalecer as políticas de prevenção e ampliar parcerias.

Do G1 PA


Nona vítima de escalpelamento foi transferida do Marajó para Belém neste sábado (11). (Foto: Reprodução/TV Liberal)Nona vítima de escalpelamento no Pará em 2012 foi registrada no dia 11 de agosto (Foto: Reprodução/TV Liberal)
Para conscientizar sobre a prevenção de acidentes por escalpelamento em transportes fluviais no Pará, a Secretaria de Estado de Saúde pública (Sespa) promove o seminário "Sem lágrimas nos rios da Amazônia", nos próximos dias 28 e 29, em Belém. O evento, realizado através da Comissão Estadual de Erradicação dos Acidentes de Motor com Escalpelamento (CEAAE), acontece no auditório do curso de Fisioterapia do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da Universidade do Estado do Pará (Uepa).
Este é o terceiro Seminário Estadual de Prevenção aos Acidentes de Motor. A intenção é ampliar as parcerias no combate ao escalpelamento, fortalecer a política de prevenção, e promover a capacitação de profissionais da área da saúde e da assistência social.
Segundo a coordenadora de Mobilização Social da Sespa, Socorro Silva, mesmo com a realização de sucessivas campanhas preventivas, a resistência de barqueiros e de ribeirinhos em cobrir o eixo do motor de embarcações de pequeno e médio porte continua sendo a principal causa dos acidentes.
“Tem gente que viaja de barco e pensa que isso nunca vai acontecer com alguém da família ou consigo mesmo. Falta a noção do perigo e estamos aqui pra isso, até porque os acidentes têm vitimados mais crianças, que se sobreviverem, perdem boa parte da infância e da adolescência em consultórios e reclusas por causa do tratamento prescrito”, explica Socorro.
Equipe da Capitania dos Portos colocando a proteção de metal no motor de um barco na Feira do Açaí, no complexo do Ver-o-peso, em Belém (Foto: Natália Mello/G1)Equipe da Capitania dos Portos colocando a proteção de metal no motor de um barco durante campanha de prevenção ao escalpelamento na Feira do Açaí, no complexo do Ver-o-peso, em Belém (Foto: Natália Mello/G1)
Para Eloíza Brito, 22 anos, as consequências do acidente deixam marcas eternas. “Esta é uma das coisas que jamais vou esquecer. Sofri o acidente quando tinha 14 anos, meus cabelos eram bastante compridos, nunca pensei que aconteceria isso comigo. Foi tão rápido, lutei bastante, o condutor tentou desligar o motor, mas ele ainda puxava o meu cabelo, arrancou tudo”, relata.
A jovem acredita que a iniciativa de explicar sobre como prevenir o acidente é muito importante, pois trabalha a autoestima. "Meus cabelos foram totalmente arrancados e nunca mais cresceram. Hoje ando com peruca, mas isso não me impede de ter uma vida normal, de sair e me achar bonita”, conclui Eloíza emocionada.
O seminário conta com palestras e apresentações de trabalhos sobre o assunto, além de um minicurso. De acordo com a organização do evento, médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem podem participar do curso de capacitação para atendimentos às vítimas de acidentes do motor e também de uma oficina sobre a Política de Assistência Social (SUAS), também voltada ao atendimento a vítimas e familiares.
O escalpelamento é causado pela sucção dos fios de cabelos longos pelo eixo do motor das embarcações que fazem transporte de ribeirinhos nos rios da Amazônia. As principais vítimas são mulheres e crianças, que ao se aproximarem do motor, têm o couro cabeludo arrancado. O acidente provoca graves sequelas físicas e psicológicas e pode levar à morte.
Regulamentação:
Desde quando virou lei federal, em 2009, a instalação da proteção do eixo se tornou obrigatória. A partir de então, a Marinha já realizou mutirões para a instalação gratuita do componente em cerca de duas mil embarcações que estavam em situação irregular. A instalação da cobertura é gratuita, pois empresas privadas patrocinam a iniciativa.

Especialistas recomendam técnica para prevenir contaminação do açaí

O Pará concentra 80% dos casos de doença de chagas no Brasil. Segundo a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), 35 novos casos da enfermidade foram confirmados em 2012 e uma pessoa morreu. A incidência do mal pode estar relacionada ao consumo da polpa de açaí, comum entre os paraenses. Especialistas, porém, recomendam o uso de uma técnica batizada de "branqueamento" para evitar que a contaminação do fruto aconteça.
Feira do açaí é um dos pontos mais procuradores por turistas e consumidores no mercado Ver-o-peso, em Belém (Foto: Divulgação/ Elivaldo Pamplona/Prefeitura Municipal de Belém)Contaminação de açaí pode estar relacionada a incidência de doenças de chagas no Pará. (Foto: Divulgação/ Elivaldo Pamplona/Prefeitura Municipal de Belém)
De acordo com a Sespa, a principal forma de contaminação é oral, ou seja, acontece quando as pessoas consomem alimentos contaminados por insetos, que por usa vez estão infectados com o parasita trypanosoma cruzi. Os sintomas da doença incluem dores de cabeça, mal estar, pernas e braços inchados e coração acelerado.
"Apesar de estar sendo relacionado ao consumo de açaí, reforçamos que o fruto não é o culpado pelos casos. Todo processamento que não conta com a higiene adequada tem o risco de contaminação. Já tivermos surtos com camarão salgado, por exemplo", conta Elenild Góes, coordenadora de contaminação pela doença de chagas no Pará.
"Branqueamento" é solução viável para higienizar o açaíEntre as principais recomendações está o uso da técnica conhecida como branqueamento. Heron Amaral vende açai em Belém há 17 anos e descreve o passo-a-passo de como beneficiar o fruto.
"Primeiro é preciso passar o açai pela peneira para retirar a sujeita que até pode ser vista a olho nu. Depois ele passa por três lavagens e vai para o banqueamento, que é mergulhar o açaí em uma solução com hipoclorito de sódio em uma temperatura de 80º C, por cerca de dez segundos, aí enxaguamos várias vezes para retirar o cloro, resfriamos e só então processamos o açaí", explica Heron.
Agente de saúde segura Barbeiro recolhido de praça em Monte Alto, SP (Foto: Reprodução/EPTV)Doença de Chagas é transmitida pelo Barbeiro.
(Foto: Reprodução/EPTV)
Ele conta que outros cuidados como lavar constantemente as mãos e usar álcool em gel, o manipulador deve estar também com barba sempre feita e unhas cortadas, além de material de higiene com avental e toca.
"O açaí virou uma questão de saúde pública. Fiz as mudanças aqui de forma lenta porque é caro. Mas me sinto recompensado por saber que o trabalho está sendo feito de forma correta e estamos levando para a população alimento de qualidade. Fico triste de ter gente receosa de comer açaí por conta disso", afirma Heron Amaral.
A pesquisadora Ana Maria Doaralto defende que o branqueamento deve ser realizado mesmo no açaí que será congelado. Um estudo divulgado recentemente pela professora da Universidade de Campinas (Unicampi) indica que o parasita que causa a doença pode sobreviver mesmo há baixas temperaturas, o que faz com que o congelamento não elimine o problema.
"Experimentamos em laboratório com camundongos e a resistência do parasita é grande em temperatura ambiente, mas também acontece a até 4º C. Por isso, a melhor medida é a adequação da cadeia de produção e processamento da fruta, com uso do branqueamento", orienta.
Em abril, o litro do açaí médio, o mais consumido pela população, aumenta em mais de 4% com relação a fevereiro. (Foto: Ary Souza/O Liberal)Cuidado no processamento é melhor
opção para evitar contaminação, dizem
especialistas. (Foto: Ary Souza/O Liberal)
A Vigilância Sanitária mantém cursos de orientação para batedores de açaí e pessoas que trabalham com manipulação dos alimentos. Mas o órgão diz que na maioria dos casos, quem participa do curso são pessoas indicadas pelos agentes durantes as fiscalizações. "Eles pouco comparecem espontaneamente", aponta Teresinha Rossetti, da divisão de alimentos da Vigilância Sanitária de Belém.
Pelo Sebrae, toda a cadeia produtiva do açaí é beneficiada no Programa de Alimentos Seguros, que orienta, presta consultorias e treinamentos para implantar boas práticas de higiene desde o produtor, passando para os atravessadores e vendedores, até chegar na agroindústria.
"Seguindo as indicações, especialmente o uso do branqueamento, que é obrigatório devido a uma lei estadual, é possível oferecer aos consumidores um alimento saudável e a segurança alimentar", garante, Mauro Roberto Pereira, representante do Sebrae.
Batedor usar termômetro para verificar temperatura do Branqueamento do açaí, em Belém (Foto: Reprodução/TV Liberal)Batedor usar termômetro para verificar temperatura do Branqueamento do açaí, em Belém (Foto: Reprodução/TV Liberal)
Casos mais recentes de doença de chagas estão relacionados ao consumo do frutoDe acordo com Elinild, 86 municípios do Pará têm registro da doença e, destes, 26 concentram cerca de 80% dos doentes de chagas no estado. "Sem dúvida Belém, Ananindeua, Breves, Barcarena, Abaetetuba e outros municípios da ilha do Marajó concentram os casos", revela.
Para a representante da Sespa, o período de safra do açaí que vai de junho a novembro, no qual o valor do fruto fica mais barato, representa um momento de atenção para os consumidores. "É um risco somado. Há aumento do número de casos porque o preço está mais em conta e aumenta o consumo e a produção", afirma Elinild Góes.
A turismóloga, Ariane Bastos, diz que sua mãe e filho contraíram a doença de chagas e a família desconfia que a infecção veio pelo consumo do açaí. Após vários dias consultando médicos, uma amiga da família recomendou o exame que detectou a doença de chagas.
Desde então, toda a família parou de consumir o fruto. “Eles tomaram açaí por três dias e, cada dia, foi de um lugar diferente, e foram as únicas pessoas que tomaram açaí na minha casa. Agora, ninguém mais toma açaí. Eu só tomo se for como sorvete e pasteurizado e muitas pessoas próximas a mim deixaram de tomar porque a gente sabe que só pode evitar a contaminação com o açaí sendo fervido a 80°C. Como é que eu vou ter certeza? É trauma demais para eu arriscar”, diz Ariane.
Serviço:
A doença de Chagas é muito comum na região amazônica. Sua transmissão se dá através de insetos infectados com o parasita trypanosoma cruzi. A doença afeta principalmente o coração e o sistema digestivo. Seus sintomas mais comuns são febre alta, dores de cabeça, no corpo, palpitações e manchas na pele, similares a doenças mais comuns, como a dengue. Por conta disso, é preciso ter muito cuidado na hora do diagnóstico.
A recomendação médica é de que os pacientes que desconfiem que possam estar com a doença, procurem imediatamente o hospital.
"Quanto mais tempo se demora para receber o tratamento, maior é a chance de ter complicações pela doença. A chance de óbito é em torno de 5% a 10%", orienta Dilma Souza, médica cardiologista do Hospital das Clínicas Gaspar Viana, referência no tratamento da doença no Pará.

VII REUNIÃO ORDINÁRIA do Conselho Estadual de Saúde – CES/PA

 PAUTA DA VII REUNIÃO ORDINÁRIA DO CES/PA – ANO 2012
 
Data: 28/08/2012
Horário: 1ª Convocação 8h30m – 2ª Convocação 09h00min     
 
I-       Apreciação e aprovação das Atas das Reuniões Ordinárias de 29.05.2012 e 07/08/2012.
II-     Informe
III-   Ordem do dia
                       
                                ASSUNTO
 
                Eleição da 2ª Secretária da Mesa Diretora do CES
 
Mesa Diretora
              Situação da Rede Cegonha no Estado do Pará
              Expositor: SESPA e MS/Dra. Rita Viana
              Tempo: 15’
Conselheira
Eunice Guedes
              Apresentação do Relatório CARTASUS do Estado do Pará
               Expositor: DDASS/SESPA
              Tempo 15’
Conselheiro
 Helio Franco
               Política Estadual de Saúde da Mulher
               Expositor: SESPA
               Tempo: 15
Conselheira
 Eunice Guedes
              Projeto Estadual da Política de Implementação do Cartão Nacional de Saúde e seu          Plano Operativo.
               Exposição: SESPA/SESMA/COSEMS/MOPS
               Tempo: 15’
Conselheira
 Silvina Macedo
              SESPA não cumpre resoluções do CES em relação à privatização de hospitais   públicos, conforme convocação publicada no DOE e Programa Presença Viva,   conforme ações realizadas em Santarém.
Conselheiro
 João Gouveia
               A Compra do Hospital Galileu localizado no Município de Ananindeua.
 
Conselheiro
 João Gouveia
              Oficio Sindmepa nº 137/2012 protocolado na Secretaria Municipal de Saúde de Belém no dia 08/05/212, informando deliberações tomadas na AGE dos médicos da SESMA realizada no dia 03/05/2012.
Conselheiro
 João Gouveia
              Processo de Relatoria da Vez nº 001/2012, sobre denuncia contra a Secretária Municipal de Saúde Monte Alegre, de abuso de poder e assedio Moral, com a Cons. Carliane Costa Cavalcante - resposta do Relator da Vez Hélio Franco.                                            
Conselheira
Antonia Trindade
 
 
              Relatório e Parecer da Comissão Permanente de Acompanhamento da Gestão Estadual da Saúde: (Prestação de Contas exercício 2011, RAG/2011, Proposta de Orçamento do CES     para 2013 e Plano Estadual de Saúde 2012/2015).
 
Comissão de Gestão
              A construção do Hospital Regional de Itaituba e a construção do Instituto Médico Legal-IML de Itaituba
Conselheira
Ana Maria Pedroso
            Plano de Trabalho da Coordenação Estadual de Plenária de Conselhos, eleitos em 23/06/2012.
Conselheira
Antonia Trindade
              Criação da Comissão Estadual, para elaboração do Projeto de Lei, do Plano de Cargos   Carreiras e Salários dos trabalhadores na área da saúde.
Conselheiros
 José de Ribamar,
 Pedro Neto
Mirian Andrade
               Seminário Estadual da Política da Promoção da Equidade em Saúde e Controle Social
Conselheira
 Silvina Macedo
               Plano Saúde Amazônia Legal – PSAL
Conselheira
Silvina Macedo
               Homologação de Conferências Municipais de Saúde: (VI de Trairão, VIII de Porto de Moz e IX Conceição do Araguaia).
Conselheiras
Ana Maria Pedroso
 Rosa Umbuzeiro
               Rosa Barbosa

Oi não pode cobrar ligações de orelhões no Pará

 

Oi não pode cobrar ligações de orelhões no Pará (Foto: Everaldo Nascimento)
(Foto: Everaldo Nascimento)
Devido à falta de orelhões e ao grande número de aparelhos quebrados e sem funcionamento no País, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) determinou que as chamadas locais de fixo para fixo de equipamentos da Oi em 2.020 municípios sejam gratuitas até que os problemas sejam resolvidos. A medida começa no dia 30 de agosto e deve beneficiar cerca de 29% da população brasileira.

Segundo o superintendente de Universalização da Anatel, José Gonçalves Neto, em 1.724 desses municípios o problema são os orelhões quebrados. Essas cidades se concentram em nove Estados: Alagoas, Amapá, Bahia, Ceará, Maranhão, Pará, Paraíba, Paraná e Sergipe. Nesses casos, a gratuidade poderá ser encerrada após o dia 30 de outubro, caso a Oi alcance pelo menos 90% de funcionalidade desses equipamentos.

Já nas cidades restantes - espalhadas em 21 Estados -, o problema é a falta de orelhões para o atendimento da população. A densidade de aparelhos nesses locais está abaixo da meta de quatro equipamentos para cada 1.000 habitantes - ou a cada 300 metros -, sendo que os povoados com pelo menos 100 pessoas deve ter no mínimo um orelhão. Nessas localidades, a gratuidade da Oi deverá durar pelo menos até 31 de dezembro.

"A lista dos municípios e a localização dos equipamentos será divulgada no site da Anatel e pela própria Oi. Os orelhões deverão funcionar mesmo sem o cartão telefônico. Caso a pessoa insira o cartão no aparelho, esse não poderá queimar os créditos", explicou Neto.

Segundo o vice-presidente da Anatel, Jarbas Valente, a Anatel realizou um levantamento completo da situação dos orelhões no País no ano passado e constatou que, em alguns Estados, menos da metade dos equipamentos estavam em condições de uso. Atualmente existem cerca de 40 mil aparelhos no Brasil, sendo que 22 mil deles são o único meio de comunicação da localidade onde estão instalados. "Quando a fiscalização encontrava um orelhão quebrado, a agência aplicava sucessivas multas em relação aos mesmos aparelhos, mas sem resultados", disse Valente.

Por isso, a Anatel estabeleceu um plano de revitalização, com metas para que as concessionárias de telefonia resolvessem esses problemas. Mas apenas Sercomtel, CTBC e Telefonica/Vivo conseguiram cumprir os cronogramas e já têm mais de 90% de sua malha em funcionamento pleno. A Embratel, porém, já havia sido penalizada da mesma forma - com gratuidade nas chamadas interurbanas nos orelhões da companhia - em abril deste ano, e agora chegou a vez da Oi ser punida.

De acordo com Valente, os planos de revitalização dos orelhões das companhias representam investimentos de R$ 205 milhões. Somente a Oi deve desembolsar cerca de R$ 170 milhões. "A indústria não está nem conseguindo suprir a demanda, porque apenas dois fabricantes brasileiros produzem o equipamento", completou o vice-presidente. (AE)

Esclarecimentos
Em nota enviada à redação do Diário Online (DOL), a Oi informou que assumira no segundo semestre de 2011 o compromisso com a Anatel de revitalizar a rede de telefones públicos, mas que o cronograma de execução dos serviços foi prejudicado por atrasos de fornecedores nacionais aliados à ocorrência de intempéries climáticas.
A empresa afirma que optou por uma forma de compensação pública e ofereceu gratuidade no uso de orelhões (em ligações locais para telefones fixos) nos municípios que não puderam ser atendidos no prazo acordado, como forma de reparação junto aos usuários dessas localidades.

A companhia informa ainda que, conforme estabelece o compromisso, cerca de 252 000 aparelhos serão trocados no período 2012/2013. Além da degradação provocada por fatores climáticos, os orelhões são alvo constante da ação de vândalos, inutilizando os aparelhos.
A Oi opera mais de 700 000 orelhões em cerca de 4.000 municípios e está implantando um programa de uso dessa estrutura para colocação de hotspots de wi-fi, de modo a ampliar sua cobertura externa sem fio de banda larga. (DOL com informações da assessoria da Oi)

Supremo Tribunal Federal realizará uma audiência pública sobre o Amianto

Na próximas  sextas-feira (31/8), o Supremo Tribunal Federal realizará uma audiência pública sobre o amianto – também conhecido como asbesto. O tema afeta diretamente a população, que ainda bebe água de caixas d’água de amianto ou dorme sob um teto de telhas de amianto ou ainda tem em sua vida cotidiana três mil produtos fabricados com essa fibra mineral comprovadamente cancerígena. Apesar da importância da questão, já estamos na semana da audiência pública e pouco se ouve falar sequer de que ela vai acontecer – seja na imprensa, seja nas ruas, até mesmo nos corredores do próprio Supremo. A razão é óbvia: como é possível que se preste atenção em qualquer outra coisa realizada na corte em pleno período de julgamento do mensalão?
Mesmo que não estejam previstas sessões de julgamento do mensalão nestas duas sextas-feiras, ainda assim é legítimo questionar: se o principal objetivo de uma audiência pública é esclarecer os ministros em temas supostamente controversos, como os principais interessados estarão aptos a concentrar seus esforços em qualquer outra coisa que não seja o mensalão, ouvindo 35 expositores sobre um tema complexo, quando alguns já são flagrados cochilando e outros reclamam publicamente de exaustão devido à agenda semanal pesada?
A audiência pública foi pedida pelo Instituto Brasileiro do Crisotila, que serve à indústria do amianto, no curso de uma ação que tenta derrubar a lei que proibiu a fibra mineral no Estado de São Paulo. Movida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI), esta ação (ADI 3937) alega a inconstitucionalidade da lei paulista. Mas é só uma entre várias ações relativas ao amianto que começaram a tramitar há mais de uma década no Supremo, o que permitiria supor que a corte já estaria bastante informada sobre o assunto. Mas, pelo menos no entender do relator, ministro Marco Aurélio Mello, não está. O Instituto Brasileiro do Crisotila pediu audiência pública e o ministro Marco Aurélio concedeu o pedido – marcando, dias antes do anúncio oficial do cronograma do mensalão, o debate para agosto.
Como tudo o que se refere ao amianto no Brasil, a audiência pública no meio do julgamento do mensalão é só mais um entre muitos capítulos estarrecedores. O quadro é o seguinte. A Organização Mundial da Saúde considera o amianto cancerígeno desde 1977 – há 35 anos, portanto. Segundo estimativas da OMS, cerca de 107 mil trabalhadores morrem a cada ano no mundo por doenças causadas pelo amianto. Documentos provam que a indústria já tinha informações sobre a relação entre amianto e doenças letais desde os anos 30 do século passado. Nos anos 90, a contaminação por amianto tomou proporções de escândalo de saúde pública em países da Europa, como a França, onde estima-se que 100 mil pessoas morrerão de doenças relacionadas ao amianto até 2025. Em toda a Europa ocidental, as estimativas apontam que o câncer causado por amianto matará 250 mil pessoas entre 1995 e 2029. O primeiro país europeu a vetar o mineral foi a Noruega, em 1984 – quase três décadas atrás, portanto. Desde 2005, a fibra está banida em toda a União Europeia. Atualmente, o amianto está proibido em 66 países.
O Brasil é o terceiro produtor mundial, o segundo exportador e o quarto usuário de amianto. A principal ação que tramita no Supremo contesta justamente a lei federal que permite “o uso controlado do amianto”. Seu relator é o atual presidente da corte, ministro Ayres Britto. Mas, como sabemos, ele aposenta-se em novembro. A ação foi colocada na pauta de julgamentos, mas não tem data marcada para ser votada.
Hoje, o amianto é proibido em cinco estados – São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Pernambuco – e em mais de duas dezenas de municípios. A única mina de amianto no Brasil está localizada no município de Minaçu, em Goiás. Parte dos parlamentares que formam a chamada “bancada do crisotila”, dedicada a barrar o andamento no Congresso de projetos de lei para banir o amianto no país, tem estado bastante presentes no noticiário desde que estourou o escândalo de Carlinhos Cachoeira. “Crisotila” é o nome do tipo de amianto extraído no Brasil, cuja possibilidade de “uso seguro” é defendida pela indústria junto a ministros, parlamentares e população, apesar de uma ampla gama de pesquisas, realizadas pelos mais respeitados cientistas no mundo nesta área, provar que não há nenhuma maneira segura de usar amianto.
O escândalo do amianto configurou-se no Brasil na virada do milênio. Naquele momento, vieram a público as informações sobre a doença e a morte de dezenas de trabalhadores das fábricas de amianto. As doenças mais comuns causadas pela fibra mineral são a asbestose – conhecida como “pulmão de pedra”, na qual o doente é lentamente levado à morte por asfixia – e o mesotelioma – um tumor maligno, agressivo e letal na maioria dos casos, conhecido como o “câncer do amianto”. Uma em cada três mortes por câncer ocupacional está relacionada ao amianto. Você pode conhecer esta história aqui e aqui.
Hoje, começam a surgir os primeiros casos de contaminação ambiental também no Brasil – pessoas que não trabalharam nas fábricas, mas moravam perto de fábricas de amianto ou tiveram contato com a fibra mineral de outro modo. Em uma série de reportagens publicada em maio, que você pode ler aqui, o jornal O Globo mostrou o caso da doceira Adelaide de Jesus Morino, que sofre de um mesotelioma. Ela mora a 200 metros da antiga fábrica da Eternit, em Osasco, na Grande São Paulo (leia aqui).
O estarrecedor com relação ao amianto é observar que o Brasil discute hoje o que os países mais avançados da Europa discutiram 30 anos atrás, alguns, 20 anos outros. Como se esta parte do mundo não estivesse globalizada – e as informações não estivessem disponíveis. No caso do amianto, o Brasil alinha-se com as posições de países como Rússia e China – o primeiro e o segundo produtores de amianto do mundo, cujas práticas econômicas, assim como a relação com os direitos humanos e trabalhistas, são bem conhecidas.
Enquanto a Europa discute como fazer a descontaminação ambiental das cidades nas quais havia minas e fábricas de amianto para evitar o aumento do número de mortes de cidadãos, o Brasil discute se é ou não possível o uso seguro do mineral cancerígeno. Em fevereiro, o Tribunal de Turim, na Itália, condenou o multimilionário Stephan Schmidheiny, antigo dono da gigante Eternit, e o barão belga Jean-Louis Marie Ghislain de Cartier de Marchienne, ex-dirigente da multinacional: a 16 anos de prisão, pela morte de cerca de três mil pessoas. Provou-se na corte que eles sabiam do potencial cancerígeno e, mesmo assim, calaram-se. Ações semelhantes são movidas em diferentes países da Europa, como você pode ler aqui. Enquanto isso, no Brasil, é marcada uma audiência pública para debater, entre outras questões, o impacto econômico do banimento do amianto.
Parece surreal? A mim, pelo menos, parece bastante. Mas, assim é que é. E por que é assim?
Para nos ajudar a entender o que está em jogo na audiência pública do Supremo que começa na próxima sexta-feira, entrevistei Fernanda Giannasi para esta coluna. Auditora fiscal do Ministério do Trabalho há 29 anos, ela é a grande referência na luta pelo banimento do amianto no Brasil – e uma das principais protagonistas no cenário internacional. É conhecida como a “Erin Brockovich brasileira”, numa referência à americana que venceu uma poderosa indústria que contaminara a água de uma pequena comunidade na Califórnia, causando doenças e mortes. No cinema, Erin foi vivida por Julia Roberts, em um filme que lhe rendeu o Oscar de melhor atriz.
Nesta luta, Fernanda vem sofrendo todo tipo de pressão, já chegou a receber ameaças de morte, recentemente foi vítima – mais uma vez – de uma tentativa de desqualificação, como foi mostrado aqui. Nos últimos dois meses, ela vem dormindo entre duas e duas horas e meia por noite, para atender às necessidades da preparação da audiência pública. A luta pelo banimento do amianto depende, em grande parte, do idealismo de seus ativistas, já que os recursos são escassos e a infraestrutura é pouca. Fernanda teme que, apesar de todos os esforços empreendidos, a audiência seja esvaziada por conta do período sobrecarregado do Supremo. E poucos estejam dispostos a escutá-los com a atenção que o tema merece.
O que está em jogo nesta audiência?
Fernanda Giannasi –
A tentativa de adiar decisões com a composição atual do Supremo. Segundo avaliações de decisões anteriores, a maioria dos ministros hoje é desfavorável ao uso do amianto. Assim, os advogados do lobby pró-amianto pediram audiências públicas em todas as ações relativas ao tema, com o objetivo de protelar as votações, na esperança, talvez, de que a próxima composição do Supremo seja mais favorável à indústria do amianto. Uma das ações que o ministro Ayres Britto colocou em pauta, na véspera de assumir a presidência do Supremo, foi a ação que analisará a constitucionalidade da lei federal do uso controlado do amianto. Se esta lei for julgada inconstitucional pelo Supremo, todas as demais ações perdem sua razão de ser – e o amianto será banido. Mas Ayres Britto é o relator – e se aposentará no final deste ano.
Mas não é importante discutir o amianto?
Fernanda
– Primeiro, as perguntas que estão postas para a audiência pública são as perguntas que foram trazidas pelo lobby do amianto. Claramente têm uma intencionalidade: reforçar a ideia de que o amianto brasileiro, o crisotila, é diferente dos outros, que o uso seguro é possível e que as outras fibras que estão sendo usadas como alternativa têm um custo alto e a substituição do amianto causaria muitas demissões. Bem, eu pretendo esclarecer duas destas questões. A primeira é que o uso seguro do amianto não se tornou viável em nenhum lugar do mundo. Apenas para dar um exemplo, minha equipe já multou caminhões que na ida carregavam amianto e, na volta, torradas e panetones de uma das empresas líderes de mercado. Não é realista imaginar que se conseguirá neutralizar os riscos da manipulação de um produto cancerígeno da mineração à construção civil e ao transporte, sem contar o consumo. A segunda questão que pretendo esclarecer é o impacto econômico e social da substituição do amianto. O lobby do amianto fala em 200 mil empregos, nos quais inclui os empregados no transporte dos produtos e da construção civil. Ora, os caminhoneiros transportam todo o tipo de produto, com ou sem amianto, e os trabalhadores da construção civil usam todo o tipo de material, com ou sem amianto. De fato, segundo os cadastros do Ministério do Trabalho, no qual sou auditora fiscal há 29 anos, a indústria do amianto gera no Brasil 5.500 empregos diretos e indiretos – enquanto as 170 empresas que substituíram o amianto geram, apenas no estado de São Paulo, 10.500 empregos diretos. Estes postos de trabalho, sim, estão ameaçados, se o amianto for mantido e começarmos a importar produtos com amianto da China, como já estamos fazendo. Nossa fiscalização mostrou que produtos com amianto estão chegando até mesmo por meio de compras pela internet. O fornecedor fica em Macau, o cliente recebe pelo federal express. Recentemente, inclusive, houve um escândalo na Austrália, onde o amianto é proibido, ao comprarem 23 mil carros e descobrirem que as juntas automotivas continham amianto. Agora, estão fazendo um recall para devolver os carros à China.
Mas não é importante mostrar tudo isso em uma audiência pública no Supremo?
Fernanda
– O debate é sempre importante e temos discutido essa questão, em todas as instâncias, há pelo menos 20 anos, com grande dificuldade e, mais no passado do que hoje, até com risco pessoal. O problema é que essa audiência foi uma surpresa para nós, que lutamos pelo banimento do amianto. E me arrisco a dizer que foi uma surpresa também para alguns ministros do Supremo.
Por quê?
Fernanda
– Primeiro, porque a questão do amianto tramita no Supremo há mais de uma década. A primeira ação é de 2001. Já houve decisões e, portanto, os ministros estão bem informados e esclarecidos sobre o tema. Neste sentido, é curioso realizar uma audiência para debater algo que os ministros já estão prontos para votar. Ainda assim, nós sempre estamos dispostos a debater. Portanto, tão logo o pedido de audiência pública feita pelos defensores do amianto foi deferido pelo ministro Marco Aurélio, no início de maio, começamos a empreender todos os nossos esforços para trazer os especialistas internacionais mais relevantes na área para qualificar o debate. E então, de novo fomos surpreendidos: as audiências foram marcadas para agosto, no mesmo período do julgamento do mensalão. O país inteiro está mobilizado para este julgamento: ministros, imprensa, público. Já que chamaram uma audiência pública, gostaríamos de ter a presença massiva dos ministros, a atenção do público e da imprensa, para que realmente haja foco no debate. Mas receamos ter, em vez disso, um debate esvaziado. Esta é a nossa perplexidade: a quem interessa realizar uma audiência pública sobre um tema que tramita há anos e já está na pauta de julgamentos? E, além disso, uma audiência pública realizada no mesmo período do julgamento do mensalão? Qual é o objetivo de fato desta audiência pública?
Mas quando a audiência pública do amianto foi marcada para agosto, não havia ainda a definição do cronograma do mensalão. Pelo que consta no andamento do processo no Supremo, o ministro Marco Aurélio determinou em despacho de 23 de maio que a audiência fosse realizada em agosto. E a data do julgamento do mensalão foi anunciada pelo Supremo alguns dias depois, em 6 de junho. Não teria sido apenas uma coincidência?
Fernanda
– Não. Ainda que o julgamento do mensalão não tivesse sido oficialmente marcado e anunciado para agosto, quando a audiência pública foi marcada já estava sendo acertada a data do julgamento entre os ministros. Já se sabia que esta era a proposta. Sei disso porque, assim que nossos advogados souberam que a audiência seria marcada para agosto, manifestaram sua preocupação a ministros do Supremo, mencionando o mensalão. No início, pensamos que seria cancelada por conta disso, mas o fato é que não foi.
Qual é o seu temor?
Fernanda
– Que a maior parte dos ministros não acompanhe o debate com a atenção e o foco que poderiam ter em outro momento, já que estão totalmente dedicados ao mensalão, numa agenda que já é pesada por si só. E você não imagina o esforço que é para o movimento social participar dessa audiência. Eu estou indo a Brasília com as minhas milhas, vou pagar o hotel do meu bolso. O Eliezer (de Souza, presidente da Associação Brasileira de Expostos ao Amianto) está indo de ônibus. Estamos hospedando gente nas casas de amigos, porque não temos dinheiro para hotel. Estamos tentando conseguir recursos para pagar a tradução simultânea. E só conseguimos trazer os convidados estrangeiros porque eles obtiveram os recursos para as passagens com suas próprias universidades e centros de pesquisa. E tudo isso para algo que pode nem ter repercussão na imprensa. Ainda nem temos certeza se a TV Justiça vai transmitir a audiência. De novo: a quem de fato interessa isso? Para quem é fácil mobilizar recursos nesse nível? Só pro lobby pró-amianto. Pra nós é um sacrifício e corremos o risco de termos um resultado pífio.
Está mais do que provado que o amianto é cancerígeno, já morreram milhares de pessoas e a previsão é de que morram centenas de milhares nas próximas décadas. Por que você acha que setores da indústria, do sindicalismo e mesmo da academia no Brasil se dedicam a continuar defendendo algo que mata gente?
Fernanda
– É um lobby que tem sustentáculos em várias instâncias. Inclusive no próprio parlamento, com a “bancada da crisotila”, que agora ficou em destaque com o escândalo do Cachoeira. Dentro das universidade públicas mais renomadas, como USP e Unicamp, há pesquisadores que têm suas pesquisas financiadas pela indústria do amianto. Há sindicatos financiados pela indústria do amianto, como já provamos mais de uma vez. E hoje temos três ex-ministros do Supremo que advogaram ou advogam para a indústria do amianto depois de terem se aposentado. O primeiro foi o falecido Maurício Corrêa, que foi substituído pelo Carlos Velloso e, pelo que soubemos, até mesmo o Francisco Rezek está assessorando o lobby do amianto para as questões no STF. É aquela história, o que o homem persegue? Poder, dinheiro e prestígio. Hoje, prestígio já não há, com industriais e cientistas já respondendo por crimes em tribunais europeus. Mas poder, ainda que efemeramente, sim. Há notórios lobistas do amianto mantidos pela presidente Dilma Rousseff nos ministérios de Minas e Energia e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. E riqueza rápida, certamente. É fácil perceber os indícios de riqueza na vida de alguns sindicalistas e acadêmicos.
Quantas pessoas já morreram no Brasil por causa do amianto?
Fernanda – Oficialmente, houve 2.400 casos de mesotelioma nos últimos dez anos. E o número vem crescendo ano a ano, com a melhoria dos diagnósticos e dos registros. Mas ainda vivemos o chamado “silêncio epidemiológico”. Os nossos registros oficiais não refletem o fato de o Brasil ser o terceiro produtor mundial, segundo maior exportador e quarto maior usuário de amianto. Isso não é porque a nossa crisotila supostamente seria mais segura, mas porque há problemas de registro. A Argentina comprava a nossa crisotila e tem mais casos registrados de mesotelioma do que o Brasil. Sem contar que há situações inexplicáveis, como uma decisão do STJ (Superior Tribunal de Justiça) que autoriza 17 empresas do amianto, entre elas a Eternit, a não informarem ao Sistema Único de Saúde quem são os seus doentes. Esta decisão existe desde 2006 e até hoje não foi revogada. Há basicamente dois mecanismos que tornam nossos dados invisíveis à sociedade: o primeiro é esta decisão imoral, e o segundo mecanismo são os acordos extrajudiciais. Temos quatro mil acordos extrajudiciais, celebrados pelas empresas com trabalhadores doentes, e seria necessário torná-los visíveis às instituições de saúde e à previdência, assim como ao público. Fizemos um enorme esforço e conseguimos ter acesso a pouco mais de mil destes acordos.
Há alguns analistas que comparam o lobby do amianto ao do tabaco. Você concorda?
Fernanda
– É muito parecido com o lobby do tabaco, sim. São os chamados “mercadores da morte”. Se você tiver oportunidade, dê uma olhada num livro que os advogados da indústria americana do tabaco escreveram, chamado “O nosso produto é a dúvida” – ou seja, a cada nova certeza, eles produzem uma nova dúvida. E assim vão ganhando tempo e dinheiro enquanto as pessoas morrem. Com o amianto é a mesma coisa. Há o financiamento de uma ciência própria, com cientistas financiados pela indústria para produzir determinados resultados. E, a cada etapa que avançamos, o lobby do amianto vai gerando novas dúvidas, sempre para atrasar o processo. Do mesmo modo que agora, em outra instância, quando ações estão na pauta de votações, tratam de pedir uma audiência pública. E, assim como o cigarro, o amianto também é um lobby mundial. Os mesmos processos intimidatórios, as mesmas tentativas de desqualificar quem luta pelo banimento. As práticas se repetem.
Neste sentido, o que hoje acontece aqui é semelhante ao que acontecia na Europa décadas atrás. Atualmente, a preocupação de alguns países europeus é como fazer a descontaminação ambiental das cidades onde havia minas e fábricas. Assim como megaempresários do amianto, como os antigos donos da Eternit, são condenados por crime, como aconteceu no mês de fevereiro, em Turim. Se a Europa é o nosso futuro, no que se refere ao amianto, podemos contar como certo o banimento daqui a alguns anos?
Fernanda
– Ninguém tem dúvida de que mais cedo ou mais tarde o amianto vai ser banido no Brasil. Mas eles apostam no mais tarde. Essa indústria está com os dias contados. O que eles querem conseguir é prazo. O amianto é superado no mundo desenvolvido. A OMS (Organização Mundial da Saúde) fala em banimento, a OIT (Organização Internacional do Trabalho) fala em banimento. Quem hoje defende o uso do amianto? Mesmo no Brasil, aqueles que antes estavam mais em cima do muro, hoje já estão começando a se posicionar. Restaram apenas os que não podem mudar de posição e quem está usando essa disputa para ganhar dinheiro rapidamente, mesmo que isso vá custar mais tarde a perda de prestígio, poder, dinheiro e, certamente, uma enorme mancha no currículo, quando não uma ficha policial. O que eles querem é uma sobrevida – que estão conseguindo à custa de vidas.
Eliane Brum escreve às segundas-feiras.
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