SANTA
CASA
Médico registra a superlotação na Unidade de Cuidados Intermediários (UCI)
Um médico, cuja identidade não foi informada,
registrou anteontem ocorrência policial contra a Fundação Santa Casa de
Misericórdia do Pará devido à falta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva
(UTI) Neonatal. De acordo com o boletim de ocorrência, 12 bebês com necessidades
de UTI estariam entubados e respirando com a ajuda de aparelhos na Unidade de
Cuidados Intermediários (UCI), que não dispõe do suporte necessário para atender
a quadros de saúde mais delicados. A gerente da Clínica de Neonatologia da Santa
Casa, Vânia Cecília Pinto, confirma a situação, mas apresenta outros números.
Segundo ela, apenas dois bebês prematuros chegaram na noite de anteontem ao
hospital e, devido à inicial falta de leitos na UTI, tiveram leitos improvisados
na UCI, mas já haviam sido transferidos ontem para a terapia intensiva, quando
abriram duas vagas nessa unidade.
A ocorrência foi
registrada na Seccional da Pedreira, na noite de segunda-feira, transferida
ontem para a Seccional do Comércio, por meio do sistema interno da Polícia
Civil. À tarde, a corregedora de Polícia Civil, Nilma Lima, informou à delegada
Socorro Picanço, diretora da segunda seccional, que a situação será apurada pela
Divisão de Investigações e Operações Especiais (Dioe). "Como não há lesão ou
morte, não vejo crime, a priori. Tem que verificar se está havendo omissão de
socorro ou lesão corporal. O relato do médico gera uma apuração administrativa e
não criminal", informou Picanço. O médico teria registrado a ocorrência para
resguardar-se em caso de morte dos bebês.
Vânia explicou
que a UCI abriga recém-nascidos com problemas de saúde, mas que não precisam de
respiração artificial, não apresentam infecção ou outro problema grave de saúde.
A UCI dispõe de 67 leitos e recebia 20 pacientes a mais, enquanto a UTI conta
com 40 leitos, conforme revelou a gerente. "Não podemos atender só o número
exato de leitos (por isso os leitos extras). Recebemos gestantes de Belém e do
interior. A Santa Casa é referência para casos de bebês prematuros e partos que
requerem atendimento complexo. A orientação é que nenhum paciente volte da
porta. Atendemos cerca de 500 partos por mês, com a média de 130 pacientes
internados na neonatologia. A demanda supera a capacidade. A rotatividade é
muito grande na obstetrícia."
A Santa Casa informou que a média de bebês mortos na instituição está dentro da média aceitável pelo Ministério da Saúde. No final do ano, está prevista a inauguração de 100 novos leitos de UTI Neonatal na Santa casa.
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