Algumas pessoas, principalmente quem mora em lugares de difícil acesso, ainda se dizem confusas sobre as formas de prevenção, sintomas e tratamento. Foi o que aconteceu com o carpinteiro Paulo Silva, que mora próximo ao rio Cururu, que fica no município de Chaves. Ele e a família fazem parte das estatísticas que envolvem pessoas que são infectadas pelo mosquito.
Febre forte e dores no corpo foram os sintomas que dois filhos de Paulo, um de 8 anos e outro de 3 anos, sentiram há 10 dias. Segundo Paulo, assim que as crianças sentiram esses sintomas, elas foram levadas para um posto de saúde da localidade, mas lá só recolheram o sangue das crianças.
“Levei meus filhos para o posto com a expectativa de que pelo menos pudessem medicá-los, mas nem isso. Depois voltamos para casa com a esperança de que eles fossem melhorar”, disse Paulo. No último dia 12, ele alugou um barco e levou os filhos para o município de Anajás, que fica há 12 horas da casa deles. Lá foram feitos os exames onde foi detectada a malária. Na criança de 3 anos, foram atestados dois tipos da doença. A malaria tipo Vivax e a tipo Falciparum. Na manhã seguinte, uma equipe de resgate levou a família para Belém em um helicóptero, mas o filho mais novo de Paulo não resistiu e morreu no caminho.
Segundo a médica Iolanda Costa, que é responsável pelo atendimento do filho mais velho de Paulo, que está internado na Santa Casa, o quadro da criança é estável e provavelmente terá alta ainda esta semana.
Segundo a Sespa, o Pará conseguiu reduzir pela metade os casos de malária registrados este ano. Em janeiro e fevereiro deste ano foram 7.168 ocorrências registradas, contra as 16.203 notificadas no mesmo período do ano passado, uma redução de 56%.
NÚMEROS
Mesmo assim, os números continuam altos. Segundo a coordenadora estadual de Vigilância em Saúde da Sespa, Rosiana Nobre, Itaituba é o município com maior incidência de malária, com 1.293 casos registrados de janeiro a fevereiro deste ano. “Por ser um local de difícil acesso, existe dificuldade de levar estratégias para que a população saiba se prevenir. A problemática da logística é muito grande”.
A coordenadora disse ainda que, a partir de agora, a capacitação de profissionais para o atendimento na casa das famílias que moram no arquipélago do Marajó - região endêmica -, vai ser mais frequente, além de estarem levando até esses municípios os mosquiteiros com inseticidas. (Diário do Pará)
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