“É hora de fortalecer o protagonismo do Estado e acelerar a redução dos juros”, sublinhou o secretário geral da CUT
Escrito por: Leonardo Wexell Severo
“Crise se combate com investimento e valorização do serviço público.
Diante do agravamento da situação nos países capitalistas centrais, mais
do que nunca devemos consolidar o caminho que temos afirmado no último
período, que é o de fortalecer o mercado interno, com maior protagonismo
do Estado, acelerando a queda da taxa de juros e fomentando a produção
nacional, a geração de empregos e o aumento do poder aquisitivo dos
salários”.
A afirmação é de Quintino Severo, secretário geral da Central Única dos
Trabalhadores (CUT), que faz uma projeção mais positiva para as lutas
populares em 2012. “Este ano vai ser melhor. Já inicia com o impacto
positivo da política de valorização do salário mínimo, que representa
uma injeção na veia da economia, com recursos para o consumo direto, que
ficam todos no mercado interno”.
Além disso, acrescentou, outras iniciativas importantes tomadas no final
do ano passado, como a manutenção da queda da taxa de juros e os
incentivos fiscais e tributários aos segmentos da construção e da linha
branca terão reflexos na geração de emprego já nos próximos meses.
Diante das declarações de alguns setores do governo de que o salário dos
servidores públicos federais deveria continuar arrochado em 2012,
Quintino é curto e grosso: “achatar salário é pedir briga e andar na
contramão, ainda mais por dois anos consecutivos”. “A CUT defende que o
caminho é justamente o oposto ao anunciado pelo governo federal, é a
valorização dos serviços e dos servidores. O contrário é adotar a linha
recessiva, de arrocho fiscal, implementada pela Espanha, Portugal,
Itália e Grécia, o que só aprofundaria a crise, rebaixando salários,
retirando direitos e afundando a economia. Isso é o que a direita e sua
imprensa querem, mas seria um desastre para o Brasil”, alertou.
Quintino ressaltou que “valorizar o servidor público não é despesa, é
investimento”. “A direita fala que é gasto, pois atua e pressiona em
função dos interesses do sistema financeiro, dos bancos e especuladores.
Nós pensamos na coletividade, no salário, no emprego, em melhores
condições de vida”, destacou.
O dirigente cutista acredita que a realização do Fórum Social Temático,
cuja edição deste ano em Porto Alegre e na região metropolitana debaterá
a crise capitalista, justiça social e ambiental, será uma importante
oportunidade para a CUT e os movimentos sociais darem maior visibilidade
às suas bandeiras pelo crescimento econômico com distribuição de renda e
valorização do trabalho, ampliando apoios contra o retrocesso.
“Defendemos um Estado forte para intervir no modelo de desenvolvimento,
que deve ser sustentável e equilibrado, e leve em conta a preservação do
meio ambiente e os interesses desta e das futuras gerações. Isso coloca
na agenda temas que são invisibilizados pela grande mídia, como o da
reforma agrária, e aponta para uma disputa muito séria com o imediatismo
do latifúndio, que abusa dos agrotóxicos, que contamina, explora e
desemprega”, destacou Quintino.
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