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terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Quintino: “Crise se combate com investimento e valorização do serviço público”

“É hora de fortalecer o protagonismo do Estado e acelerar a redução dos juros”, sublinhou o secretário geral da CUT

Escrito por: Leonardo Wexell Severo

“Crise se combate com investimento e valorização do serviço público. Diante do agravamento da situação nos países capitalistas centrais, mais do que nunca devemos consolidar o caminho que temos afirmado no último período, que é o de fortalecer o mercado interno, com maior protagonismo do Estado, acelerando a queda da taxa de juros e fomentando a produção nacional, a geração de empregos e o aumento do poder aquisitivo dos salários”.
A afirmação é de Quintino Severo, secretário geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), que faz uma projeção mais positiva para as lutas populares em 2012. “Este ano vai ser melhor. Já inicia com o impacto positivo da política de valorização do salário mínimo, que representa uma injeção na veia da economia, com recursos para o consumo direto, que ficam todos no mercado interno”.
Além disso, acrescentou, outras iniciativas importantes tomadas no final do ano passado, como a manutenção da queda da taxa de juros e os incentivos fiscais e tributários aos segmentos da construção e da linha branca terão reflexos na geração de emprego já nos próximos meses.
Diante das declarações de alguns setores do governo de que o salário dos servidores públicos federais deveria continuar arrochado em 2012, Quintino é curto e grosso: “achatar salário é pedir briga e andar na contramão, ainda mais por dois anos consecutivos”. “A CUT defende que o caminho é justamente o oposto ao anunciado pelo governo federal, é a valorização dos serviços e dos servidores. O contrário é adotar a linha recessiva, de arrocho fiscal, implementada pela Espanha, Portugal, Itália e Grécia, o que só aprofundaria a crise, rebaixando salários, retirando direitos e afundando a economia. Isso é o que a direita e sua imprensa querem, mas seria um desastre para o Brasil”, alertou.
Quintino ressaltou que “valorizar o servidor público não é despesa, é investimento”. “A direita fala que é gasto, pois atua e pressiona em função dos interesses do sistema financeiro, dos bancos e especuladores. Nós pensamos na coletividade, no salário, no emprego, em melhores condições de vida”, destacou.
O dirigente cutista acredita que a realização do Fórum Social Temático, cuja edição deste ano em Porto Alegre e na região metropolitana debaterá a crise capitalista, justiça social e ambiental, será uma importante oportunidade para a CUT e os movimentos sociais darem maior visibilidade às suas bandeiras pelo crescimento econômico com distribuição de renda e valorização do trabalho, ampliando apoios contra o retrocesso. “Defendemos um Estado forte para intervir no modelo de desenvolvimento, que deve ser sustentável e equilibrado, e leve em conta a preservação do meio ambiente e os interesses desta e das futuras gerações. Isso coloca na agenda temas que são invisibilizados pela grande mídia, como o da reforma agrária, e aponta para uma disputa muito séria com o imediatismo do latifúndio, que abusa dos agrotóxicos, que contamina, explora e desemprega”, destacou Quintino.

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