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quarta-feira, 6 de junho de 2012

Para conhecimento Motociclistas acidentados ocupam 40% dos leitos de UTI do país

Especialistas citam dados do trânsito no Brasil para alertar sobre a necessidade de melhor formação de motociclistas e mais investimentos em prevenção, durante audiência na Comissão de Assuntos Sociais

Sete em cada dez acidentes envolvendo motocicletas resultam em vítimas, e quatro de cada dez leitos de unidades de terapia intensiva estão ocupados por motociclistas acidentados. Especialistas que ontem participaram de debate na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) classificaram como “epidemia” o crescimento de acidentes com motos no Brasil.
O diretor da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), Dirceu Rodrigues Alves Júnior, informou que a possibilidade de morte em acidente com moto é 20 vezes maior do que com carro. Ele cobrou mais investimentos na prevenção de acidentes, responsáveis por 40 mil mortes em 2010, lembrando que o Ministério da Saúde investiu “milhões de reais” no combate à dengue, doença que matou 592 pessoas naquele ano.
O presidente da Seguradora Líder DPVAT, Ricardo Xavier, disse que, apesar de as motos representarem um quarto da frota de veículos do país, 66% das indenizações do DPVAT são pagas a motociclistas.
A formação insuficiente de motociclistas foi apontada como uma das principais causas de acidentes. Para Valter Ferreira da Silva, presidente do Sindicato dos Motociclistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindimoto-RS), a realização de aulas práticas em circuito fechado não prepara o futuro motociclista para a realidade das ruas.
Orlando Bindá dos Santos, da União Estadual dos Mototaxistas do Estado do Amazonas, também criticou o processo de ­habilitação de motociclistas.
Má formação
Além de apontar as falhas na formação, José Eduardo Gonçalves, diretor da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas (Abraciclo), citou estudo que mostra o grande número de motociclistas sem habilitação. As falhas na formação foram confirmadas por Maria Cristina Andrade Hoffmann, do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Ela disse serem frequentes os casos de condutores que recusam a aula prática por considerarem que já sabem conduzir moto e ficam conversando com o instrutor para passar o tempo obrigatório de aula.
— Não existe fiscalização estadual. O centro de formação faz de conta que ensina, e o Detran faz de conta que examina — disse Maria Cristina.
Além da deficiência no processo de habilitação de motociclistas, também foram citadas no debate, como causas dos acidentes, o excesso de velocidade, a fadiga resultante de longas jornadas de trabalho, além do consumo de álcool e drogas e a desatenção ao conduzir a moto.
Para os senadores que apresentaram requerimento propondo o debate — Ana Amélia (PP-RS), Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) e Paulo Davim (PV-RN) —, é urgente a atualização da legislação, para assegurar que os motociclistas estejam efetivamente habilitados a conduzir os veículos.
Os parlamentares também criticaram o contingenciamento de R$ 350 milhões correspondentes aos 5% da arrecadação do DPVAT, em 2011, destinados a campanhas educativas e de prevenção.
— Daria para fazer muitas ações de prevenção e evitar muitos acidentes — observou Ana Amélia.
Os senadores informaram que pretendem agilizar a tramitação de projetos de lei que tratam de regras relativas ao uso de motocicletas.
Jornal do Senado
(Reprodução autorizada mediante citação do Jornal do Senado)
 

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