Uma reunião envolvendo o Sindicato dos Profissionais de Enfermagem do Estado do Pará (Sinthosp), o secretário de Saúde
do Estado, Hélio Franco, e o diretor do Idesma, entidade que administra
o Hospital Metropolitano de Belém, Pedro Anaisse, finalizou com uma
ameaça de greve no HM. Os funcionários realizaram uma manifestação na
manhã de ontem e ameaçaram paralisar as atividades, caso não tivessem a
situação dos salários e vale- transportes resolvidas.
Ao final da reunião, o secretário assegurou
que os depósitos seriam realizados naquele mesmo dia e os pagamentos
estariam disponíveis na manhã de hoje. “Se o prometido não se cumprir,
os funcionários entrarão em greve por tempo indeterminado, até que seja
efetuado o pagamento”, afirmou o técnico em enfermagem Max Melo, 42,
representante do sindicato.
O técnico afirma que apesar dos enfermeiros e
técnicos de enfermagem terem tomado a frente no movimento, houve a
adesão dos demais trabalhadores do hospital, que paralisaram em conjunto
suas atividades ontem. Ele lembra que os seguidos atrasos nos
pagamentos e, em alguns casos, na liberação do vale-transporte, tem
comprometido a capacidade de operar do hospital.
“Funcionários têm deixado de vir trabalhar por não ter como pagar sua passagem”,
diz ele. Max afirma que além do pagamento dos salários, a jornada de
trabalho desgastante, a falta de pessoal e condições precárias de
segurança também são questionadas.
Durante a reunião, o diretor do
Idesma afirmou que os pagamentos dos funcionários dependem de depósito
feitos pela Secretaria de Saúde e que, por atraso desta, eles ainda não
foram realizados. O secretário Hélio Franco apontou problemas no
orçamento da Sespa oriundos de oscilações na arrecadação de ICMS após o
processo de falência da Celpa, entre outros aspectos, como os principais
responsáveis pelo atraso, mas se comprometeu a regularizar a situação.
Uma nova reunião foi marcada para acontecer
nos próximos 15 dias. Nesse período, a secretaria se comprometeu a
apresentar propostas de soluções para as demais reivindicações do
movimento. “Os atrasos de pagamento têm chegado aos fornecedores do
hospital. Se eles pararem de nos fornecer, não vai haver material para
trabalhar” alerta Max.
SESPA
Em nota, a assessoria de
imprensa da Sespa confirmou os problemas de orçamento e informou que
medidas estão sendo tomadas para regularizar os pagamentos. A secretaria
afirmou que “o repasse mensal da Sespa é de R$ 7 milhões para manter o
Hospital, mas existe a necessidade de saber se esse valor é ou não
suficiente. Para isso, a Secretaria solicitou à Auditoria Geral do
Estado (AGE) que faça um levantamento sobre o assunto. O secretário
Hélio Franco informou, ainda, que o HMUE está enfrentando uma
superlotação de pacientes, o que tem tornado sua infraestrutura
insuficiente para a demanda. Ele ressaltou que essa situação é causada,
principalmente, por pacientes de Belém, em função de os prontos-socorros terem baixa resolubilidade.
A reportagem não conseguiu contato com a
assessoria de imprensa do Hospital Metropolitano para que ela emitisse
declaração sobre o assunto.
(Diário do Pará)
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